Tenho que me retificar:
quero plantar a zueira
e ver este, penta, canarinho
Cantando, chiando pelos cantos
o mal preparamento de seu ninho
A canção, lisonjeira e fugaz
da sexta hora que nos sovietes
melhor fora por dezesseis minutos chegar
Que desgosto, plantado, efrente
a coisa daqui em diante o Dante
Inferno tomar premente?
Canarinho, penoso por não ser solidário
não merece o devido hinário
que a posteridade te cede
E, me desculpe, mas rouxinois de outrora
pedem para si a Aurora:
casas rosadas, savanas longínquas, praias bergazes
merecem em si as vestes gonquazes
E pras nossas terras, o castigo premente
na quinta hora, ao menos quatro sóis
a todo canarinho ser pungente.