Tarde da noite, e eu aqui acordado,
imaginando diálogos mentais
carregados de verossimilhança.
Trazendo fantasmas pro sono
anestesiando não mais o repouso
calibrado em pílulas behavioristas.
Talvez o gengibre deu uma sacudidela
ou a canela em excesso, eu não sei,
convém, agora, pôr-me a me dissipar.
Há diferentes latências
entre mim e outros humanos
uma frequência maior, perjuro
das minhas profundas reses.
Não vejo por outras vias
o desenlace do irreparável:
o tic-tac-toc agostino, em novas
formas veio e se perdurou.
Mas calma, uma hora o sono vem
e traz consigo o prenúncio dum novo Sol.
Em 12 de julho de 2013