Oasis
Don’t Believe the Truth
[Sine / Sony Music, estúdio]
Terminando a empreitada que fiz em busca de completar a discografia da banda, este foi o último que me restava a conseguir tal objetivo. No entanto, chegar a tal ponto não foi tarefa fácil… Foram necessárias várias viagens, esperando que essa remessa, vinda de uma loja de outro estado, chegasse via encomenda à loja que solicitei – eventuais críticas e queixas estiveram presentes nesses momentos, com as vendedoras da lojinha de shopping de Osasco – com direito a uma expectativa ao ver determinado dia aparecer uma van amarela dos Correios, provavelmente trazendo, dentre outros embrulhos, o meu… Outras aquisições nesse meio tempo na livraria da vez foram precedentes, numa época em que eu tinha que ser ninja o suficiente pra chegar em Osasco ao mesmo tempo em que meu pai saía do serviço, para evitar ociosidade.
Mas enfim, dado muito tempo, devido a uma greve dos correios, eis que tomo posse do meu álbum, e já não era por tardar. Muito obviamente, eu já o ouviria pela primeira vez no carro, fazendo a odisseica viagem de volta para Ibiúna.
Como traçar uma diretriz pra esse álbum? Bom, digamos que a grande público pouca coisa emplacou dele… Alguns hits passageiros, algumas músicas-padrão e impressões tais como as seguintes apresentadas.
Setlist
- Turn Up the Sun: com alguma grandiosidade, mas peca com a falta de versatilidade da banda;
- Mucky Fingers: uma daquelas músicas-de-ciranda, mas com uma qualidade vocal contestável. Seria possível esperar algo melhor da banda, como uma percussão menos violenta;
- Lyla: … mas deslizes iniciais são compensados por essa suntuosidade característica do Oasis – e não é por ser uma tentativa de hit – com direito a muito riff bem pontuado;
- Love Like a Bomb: alguma coisa desencontrada na linha do Standing… Mas com um quê de curioso pelos teclados;
- The Importance of Being Idle: numa pegada hard blues, uma boa historieta, e uma possibilidade de hit não emplacado;
- The Meaning of Soul: uma ligeira música-de-ciranda, para proporcionar uma distensão, mas não muito efetiva;
- Guess God Thinks I’m Abel: enfim (!) as acústicas (que me perseguem), instrumentos de percussão mais rudimentares, noises finais, e um Oasis vocal comparável aos seus primórdios;
- Part of the Queue: uma canção expurga-males, da qual há muito tempo não ouço, embora não tão intensa e cheia de feelin’ tal como outras que outrora ouvi;
- Keep the Dream Alive: até aqui, a mais densa das canções… Mas considerando que os hits radiofônicos se esgotaram, esta se sustenta com propriedade no conjunto da obra, grandiosamente, como um bom Oasis merece;
- A Bell Will Ring: e é impressão minha, ou as coisas mais surpreendentes foram reservadas pros finais do álbum? Ok. Temos que concordar que não há nada de novo aqui, mas importa é que o Oasis ousado nas guitarras e no conjunto harmônico no Rock Alternativo vigora enfim de uma tal forma que cria expectativas pro grand finale…
Let There Be Love: … plenamente cumprido por uma canção que bebe das fontes de All Around the World e Champagne Supernova. Digno!
Crível e Confiável?
Não seria um álbum agradável de dar loops intermináveis num mesmo dia… No entanto, há momentos de acerto, sobretudo no final, que não permitem que o álbum se torne um fiasco-pedra-no-sapato.
e 1/2
O Shuffle é meu amigo:
E com este álbum, terminamos as resenhas de álbuns de estúdio do Oasis – pelo menos enquanto a banda estiver desfeita, – restaram algumas poucas músicas avulsas pertencentes a coletâneas, e lados-B de singles não catalogados após The Masterplan.