De raspante,
início de combustão,
o peso do ar em flamas
conduzindo o vórtice do consumo
exacerbado em calor, ar e matéria
num fogo fátuo, invisível
previsível nos seus portentos
Queima e junto com essa finitude
esparsa meu doentio flagelo
que tanto me conduz ao declínio
que me consome numa sarça ardente
incombustível e perene
– o fogo que nunca se apaga
e que sempre me deixa em medo
medo de mim mesmo
consumindo esse calor interno a esmo
Fumaça que ascende a intoxicar
o ambiente que aqui circunda
o fogo fátuo, chama incombatível
que consome a terra e o ar,
e a água seca, compenetrada
em sua auto-destruição
E as cinzas que restam, bem, essas
jamais se darão ao luxo de se tornar vida.