Verdade (Dolorosa)
E de que adianta,
propor um novo contento,
se neste meu intento
feridas obstinadamente construir?
E de que adianta,
nessa angústia em passada,
o tardar duma nova alvorada
seu beijo desejar e nunca possuir?
E de que adianta,
nesse tormento irascível
o afligir-se insensível
pousar nessa bela amizade?
E de que adianta?
Num momento obtuso,
perder-te em meu recluso
confidente, austera beldade?
Sou um péssimo fardo egoísta,
que mal conseguiu distinguir
o furacão da brisa.