Verminose Literária
Roedores suburbanos,
Não deglutem queijo,
Não destroem rosas,
Pedem só teu beijo.
Traças de fuligem,
Não fulminam papel
Alimentam de fel,
Desventuras e vertigem.
Animais incompreendidos,
Sortilégios, sofrimentos,
Sentimentos conduzidos,
Nos versos em tormento.
São os devoradores de Letras,
Artistas, artesãos de fonte,
Cunham títulos aos montes,
Em Heptassílabos, Hexa, Tetras…
Que enfermidade,
Qual conformidade,
Envolve o teu beijo,
Escrito a pão em alentejo?
Literatas, trovadores,
Em propriedade ser senhores,
Dos manuscritos em compasso,
Pedem carícias, abraços, amassos.
São os devassos escritores,
Da própria enfermidade, os doutores,
E não, pestes, se imprimem,
Como roedores e traças de fuligem.