À Parte, Entre Nós
Que me diga, à parte, hora ingrata…
Coração não soa, as batidas não fluem,
Que diz de mim, agora, senil condição da neutralidade.
O amor não-correspondido não traz
Mais calor sobre o ventre –
Este gelo a congelar a barriga,
E a desfazer a lógica da situação.
Ai, rimas, que desfazem-se e não se encontram,
Eis que a Mensageira não está mais ali:
– Condição temporã, ou permanente?
Reverbera muito da razão por sobre a emoção.
Abafado o sentimento por aqueles olhos de esmeralda que havia
De sentir, perceber, nutrir, conduzir…
Outras promessas imediatas de fornicação debelaram o fim desta paixão.
“Tempo, tempo, mano velho… Faz você correr macio…”
Dizia a voz suave que outrora, entre nós,
Caro abduzido à minha confissão, era premissa.
Eis que busco, nestes ais e cicatrizes curadas,
A resposta a esta hipotética condição:
Melhor os doídos suspiros dos tempos de paixão,
Ou os desvarios do vazio da neutralidade inescrupulosa?
Perguntas que insistem fazer a cabeça
Sustentar pensamentos inócuos,
Ou apenas um divertimento cômico?
Mas, sugiro, Mensageira: volte!
Diga a mim aquilo que eu queira ouvir,
E desejar aqueles olhos de esmeralda,
De mente, corpo e coração – em cumplicidade!