The Clash
London Calling
[Epic, estúdio]
O último álbum
deste curto período de freqüentes aquisições
traz, sempre à tona, lembranças
de alguns amigos de tempos de faculdade. Talvez por uma ocasião
em particular, e uma música em específico, o álbum
inteiro ganhou esta conotação.
Falam tão bem
deste álbum, garantindo que ele deve ser entrada
obrigatória em qualquer coleção
– já posso considerar minha audioteca uma coleção
neste ponto – que não hesitei em reservar meus últimos
rendimentos de fruto do meu trabalho sobre ele. E, embora há
muito tempo, não o tenha ouvido com a atenção
que ele exige, hoje, escutando-o, observo o quanto perco por cada
audição que não fiz com carinho.
Apesar de estar indo para vertentes mais elaboradas, a simplicidade
inovadora e atemporal
dessa composição trouxe-me próximo às
raízes do que seria o Rock’n’Roll, proposta
original do Punk Rock.
Por encerrar o período das
grandes aquisições, este álbum ganhou uma
especial nota de nostalgia, aplicável
nos tempos vindouros, onde coisas
surpreendentes estariam por ocorrer…
Setlist
- London
Calling: o Clash também tem o seu lado de protesto.
O Chamado Londrino tem um quê de atrativo. - Brand
New Cadillac: a base com traços de Surf Rock
traz uma canção caricata e sacana. Um passo adiante
dos anos cinqüenta se fosse desta época. - Jimmy
Jazz: diversidade musical – vemos agora tendências
do Ska, e uma quase parlenda moderna, harmoniosamente
colocada num vocal desleixado. - Hateful:
uma brincadeira Punk bem leve, nos moldes tradicionais do
gênero… Coisa que o Clash ajudou a fundar também. - Rudie
Can’t Fail: sinto algo de latino nessa canção.
E, se não me engano, eles são ingleses… Será
o instrumental diferenciado? Spanish Bombs: canção
“alegre”, para os dias de se estar de bem com a vida.- The
Right Profile: fale a verdade…
Não foi uma intransigência do Summer colocar uma
voz assim na canção, e o pior, deixa-la ainda melhor
do que se não o fizesse? - Lost in
the Supermarket: existe uma maneira de se fazer Punk
romântico? Não! Recorre-se a baladas mais leves, tais
como a que se apresenta. - Clampdown:
aqui, não há muita inovação, para um
álbum que apresentou sugestões incríveis de
direção musical. - The
Guns of Brixton: outro Ska, recheado de efeitos sonoros,
groovin’ e um ar pouco ortodoxo. - Wrong
‘em Boyo: simplesmente, um artefato musical propício
para uma festinha de alguns bons amigos. - Death
or Glory: aqui vemos alguns traços delineados da
banda para o princípio do movimento Post Punk que
viria a surgir alguns anos adiante. - Koka
Kola: a canção de protesto sobre a mistureba
liquida ácida. Mais uma jogada incisiva da banda! - The
Card Cheat: instrumental efusivo e a música de
grande amplitude do álbum até aqui, graças aos
teclados. - Lover’s
Rock: uma baladinha descompromissada. - Four
Horsemen: mais um na linha do Punk Rock, com as suas
particularidades, mas não é nada que impressione. - I’m
Not Down: todo álbum têm uma canção
em que a ênfase está na percussão. Eis neste uma
dessas. - Revolution
Rock: levadas caribenhas latentes e permeando toda a
canção. E as sacadinhas vocais trazem fôlego
para o álbum. - Train
In Vain: a lembrança de uma amiga – versão
de uma outra banda que caiu como uma luva nas mãos do Clash,
e cai bem nas mãos de outras bandas que ousem fazer suas
versões dela.
Inovação ao Punk Britânico
Com toda a propriedade dos acordes básicos, mais as influências diversas…
Aguardem em breve por uma publicação especial dos nossos três anos.