
Genesis
Selling England By The Pound
[Virgin/EMI, estúdio]
Uma das carências
que possuía no tocante à música
progressiva era de qualquer banda que não fosse
necessariamente Pink Floyd e Jethro Tull. Não que as odiasse.
Pelo contrário: as estimo muito até os dias atuais. Mas
em vista de algo originalmente progressivo,
deparei-me em uma espécie de sebo de
discos este álbum, sem uso, por modestas quinze
pilas. Nem precisa dizer o quanto a oferta foi tentadora.
E minhas expectativas
não foram em vão. Além de um trabalho gráfico
de capa que você dedica alguns minutos a olhar – limpo,
conciso e artisticamente chamativo –, o conteúdo tem o seu
peculiar, natural do estilo. Disse não
muito tempo um veterano Punk que quanto mais você ouve a sua
contemporaneidade, cada vez mais você vai para a ortodoxia.
Assim esse álbum se me demonstra.
E, por fim dizer, esse
é um daqueles álbuns que me remete claramente aos
tempos vigorosos das minhas andanças
pelo centro Underground osasquense, e, mais especificamente,
as caras, figuras e personagens existentes em minha vida estavam
encarnados nesta singela aquisição. Estes que, com sua
índole austera
e contestativa colocam um tempero
especial à localidade.
Setlist
- Dancing
With the Moonlit Knight: a suavidade contrasta muito bem
com as pegadas que se apresentam no decorrer desta obra-prima. Ambas
passam a se sobrepor no decorrer dela. I Know What I
Like (In
Your
Wardrobe):
uma leve suntuosidade; uma música animada; uma história
alegre.- Firth
of Fifth: quem disse que obras tendenciosas ao Rock,
principalmente as progressivas, não soam bem com um piano e
com uma atmosfera de metais bem colocada? - More
Fool Me: uma amostra do futuro do Genesis, numa primorosa e
bela canção, com ares de acústico. - The
Battle of Epping Forest: um épico em formato de
suíte musical – os teclados mais uma vez são
coadjuvantes nesta história, e a narrativa envolvente. - After
the Ordeal: um instrumental maravilhoso, no qual muito bem
poderia ser encaixado um vocal. - The
Cinema Show: nova suíte musical – bem composta, de
modo a não se tornar um padrão repetitivo, através
do uso das flautas transversais, das entonações vocais
de Peter. As seções instrumentais estão bem
distribuídas entre as seções cantadas, e a
cadência musical ascendente é supervalorizada. - Aisle
of Plenty: e, para terminar, uma breve retomada à
uma semelhante à primeira canção, como se fosse
um convite de ouvir todo o conjunto novamente, e ao mesmo tempo,
dizer adeus.
Surpreendente?
Por ser ortodoxo e diferenciado ao mesmo tempo…