
Suede
Singles
[Epic, coletânea]
Este é meu primeiro – e único – álbum no qual a aquisição foi feita de um modo distinto: pela Internet. Afinal, eu já me encontrava em curso de faculdade, e não dispunha de muito tempo para seguir em direção a São Paulo, único lugar na época em que poderia encontrar semelhante coisa.
Suede foi uma das bandas que me
chamaram a atenção por não ser tão
comentada em nosso território.
Quando tive a oportunidade de diamante de conhecer a mais famosa
deles, encantei-me com a atmosfera espacial
e os vocais distintos de Brett Anderson.
Todo o trabalho tem uma heterogeneidade musical nunca ouvida antes
por mim, que conflui numa ótima opção para quem
deseja sair do mainstream com grande categoria.
Este álbum, uma espécie
de testamento da banda que estava por findar alguns tempos após,
reúne a essência –
comercial, convenhamos – do que é a banda para o mundo. É
um paradoxo saber por que uma banda dessa envergadura não
emplaca no mundo, embora ao mesmo tempo louvamos o fato de isso não
ser possível. Há bandas que fazem mais bonito quando o
grande público não pressiona para que o material saia
melhor em comparativo com um certo padrão.
Setlist
- Beatiful
Ones: já em mãos encontra-se o inconfundível
vocal, esguio e envolvente. - Animal
Nitrate: os solos de guitarra aérea, o clima dos
teclados, o mesmo vocal. Uma canção que não é
desse mundo! - Trash:
alegremente, melancólicas pequenas sinfonias. Mais uma vez, a
banda mostra-se um paradoxo musical. - Metal
Mickey: até aqui, já notamos as pretensões
hard rock da banda. Agora, ouvimos essa pretensão
lembrar o glam rock de David Bowie. Com algumas “fanhosidades
nos ésses”. - So
Young: é difícil designar o que, nesta banda,
chega a ser melancólico, ou sombrio. As linhas são tão
misturadas entre si… - The
Wild Ones: as linhas acústicas convergem numa
bela canção romântica. Mas, para o padrão
da banda, a canção é uma das mais fora do
padrão habitual. Obsessions:
novidade! Uma gaita permeando uma obra moldada às
preferências de tempos recentes. Feelin’ à
flor da pele. Mais uma vez, as cordas fazendo um trabalho
excepcional.- Filmstar:
é e não é estranho o vocal não
acompanhar muito o ritmo do instrumental. Mas… Espere! Já
não ouvimos isto antes com Steve Vai? Quem chupinhou quem? - Can’t
Get Enough: outros ares, uma temática mais alegre e
divertida, uma banda mais comum e o vocal melhor colocado. Onde está
o Suede que conhecemos até aqui? - Everything
Will Flow: outra novidade: cordas orientais. E a retomada
da temática melancólica própria da banda. - Stay
Together: com tanta música tendendo à
melancolia, já demorava a surgir uma mais pesada, uma
expurga-males. - Love
the Way You Love: sob encomenda para a coletânea e
com um paradoxo. É uma canção bacana, mas ao
mesmo tempo, por parecer dance, acaba por ficar fora do
padrão. - The
Drowners: os primórdios: as animosidades frívolas,
as guitarras envolventes, o ruído tenebroso e ao mesmo
convidativo… - New
Generation: aqui o destaque fica sendo – apesar de não
parecer – na bateria. Mas todo o conjunto faz a sua participação,
embora aqui já é pouco visível o vocal distinto
de Brett. - Lazy:
reconsideremos a opinião anterior. O vocal voltou com a
atmosfera musical dos primórdios numa canção
estranhamente alegre. - She’s
In Fashion: o vocal traz, novamente, lembranças de
David Bowie. Algumas partes do instrumental, uma clássica de
Paul McCartney – a saber, Band on the Run. - Attitude:
uma das recentes – um apelo a, no mínimo, o
metrossexualismo. Mais uma vez, o elemento de ser envolvente… -
Eletricity:
moderadamente grandiosa, demonstra-se animada. Mas no padrão
deles. - We Are
The Pigs: não precisa ir muito longe para reconhecer
nesta uma canção de protesto. - Positivity:
seja feliz – isso sim é positividade! Mais uma vez, o
destaque na diferenciação das cordas. - Saturday
Night: o álbum termina de uma maneira tão
triste, que a qualidade quase despenca…
Excepcional e distitnto de tudo o que já se ouviu
E não se fala mais nada…