The Charlatans (UK)
Tellin’ Stories
[Sum Records/Beggar’s Banquet, estúdio]
Sabe quando você pega isso e aquilo em algum lugar de curioso, e ainda acaba levando justamente por ser exótico demais? Aconteceu assim eu com este álbum. Ainda naquelas épocas, curtindo a vida de um não-trabalhador e, portanto, um não-assalariado, vivia cobiçando certas coisinhas aqui e acolá. Nos meus tempos argênteos de Campesina, podia dar-me chance a passear pela Antônio Agú, e a pesquisar eternamente preços de CDs.
Entrando numa dessas lojas de brega, não é que me deparo com um singular CD dos Charlatans britânicos? Sim, ouvi falar dessa banda numa reportagem, e só. As rádios não tocavam, óbvio [pelo menos a que ouvia na época], e como poderia fazer minha análise sem ao menos escutar a preciosidade? O preço? Nem eu acreditei: três pilas!!! E por que cargas d’água não o adquiri naquele justo momento? Vai que some… Mas não… Dificilmente alguém que goste deles entraria naquela loja de CDs brega.
[Isso para se ver que podemos achar tesouros onde menos imaginamos.]
E daí para a aquisição, foi preciso dias e paciência. E a oportunidade veio, bem me lembro, em 15 de outubro de 2003, como uma compensação por uma extração de siso.
De dente arrancado, tomando sorvete, e já não contando muito bem com a radiola, um artifício permitiu-me ouvir o material. Salvem as unidades de CDs dos computadores! O resultado dessa história? Deixemos a seguir para contar.
O que posso dizer por hora é que fazendo uma pesquisa sobre a carreira dos britânicos, descobri que o álbum não veio nos melhores momentos, com a morte do tecladista. Mas será que isso deva ter influenciado todo o trabalho?
Setlist
- With No Shoes: quem copiou o início [isso vocês saberão mais pra frente]? A voz é bacaninha, mas dá pra sentir que ainda dá por fazer melhor.
- North Country Boy: essa levada pop não convence, e faz a média [dá pra calcular média nesse ponto?] pra baixo. Mas espere, estou ouvindo um tecladinho? Que legal, não tinha nada assim até aqui.
- Tellin’ Stories: estou sentindo uma coisa meio Oasis aqui. Será que estou prevendo o futuro [lembre da nota de dois colchetes atrás] ou estou ouvindo algo meio britpop? E ainda nada de extraordinário surgiu. Sou paciente…
One To Another: oh! Estou sentindo um clima espacial! E um ganho de qualidade.
- You’re A Big Girl Now: estagnou de novo, e em um acústico? Será uma faixa quebra-galho?
- How Can You Leave Us: algo bem Beatles, que melhorou a média. Mas os caras podem fazer mais…
- Area 51: Até que enfim, algo à altura do que dizem deles! Mas, ainda, pena que é breve…
- How High: Boa música para combinar peso de instrumental com suavidade de vocal.
- Only Teethin’: Batucada… Batucada… Uma pegada bem funk pra tornar uma música tão melosa ainda mais bacana, mas ela ainda não chega lá.
- Get On It: Tem tudo pra ir bem. E a jam está arrasando… Podemos esperar um grand finale?
- Rob’s Theme: Ué? Cadê?
Valeu a bagatela?
Se fosse mais caro, diria que era uma jogada de risco e furada.
e 1/2
The Charlatans: You’re a Big Girl Now