Procura-se um simbolismo
Depois da letargia, vem sempre a recomposição
O Autoc então procura começar a se reorganizar, frente à sua nova realidade. Mas como?
Teria então que se desfazer dos mais ortodoxos e clássicos valores. Não por que eles eram mais incorretos, mentirosos ou impugnantes… Apenas porque eles já não tinham identidade com ele. Ambos eram insolúveis, sem intimidade. Permanecer ligado a eles seria uma relação formalizada de cumplicidade, para satisfazer a vontade de outrem, coisa que o Exoc não o permitiria fazer.
Lembrava sempre das palavras do então discreto, conciso e sábio complemento de si mesmo:
As verdades nunca são eternas, pois
a Verdade Absoluta e Trivial
sempre as modifica de acordo com as necessidades do presente,
os erros do passado,
e as boas expectativas do futuro.
E, conforme essa afirmativa, partindo desse princípio, buscou desintegrar o carro-chefe de sua conduta.
Precisava de uma nova ética filosófica de ação. Os colarinhos ajustados do mundo que o cercava; os sapatos engraxados, sempre iguais em cores, formatos, tamanhos; as pastas cheias de números e inexistências físicas da economia; e, finalmente, as representações não-físicas-existenciais que guiam-lhe por dentro: nada lhe prestara mais.
Liberdade? Não considerava! Consolo? Não lhe promovia! Precisava de uma referência.
E cada vez mais que procurava, tinha a certeza de que era um bom negócio desvencilhar-se do trivial velho para um admirável conceito novo.
Aerosmith: Mama Kin
Prepare-se para os momentos finais em "O Possante Suco de Tangerina", no Brejo do Sapinho.