Poemas Sobre As Rosas Do Asfalto (Ou Efeito Dos Espinhos)
Gentilmente cedido por Sir. Lucas V. para publicação neste espaço
"Tudo é feito pra me alegrar
Tudo é feito pra me divertir
Tudo é feito…
Sem efeito.
Mas sobre meu leito eu ainda choro
E insisto a entreter a razão
Que no caminho por onde moro
Moro ao lado de desilusão
E se não fosse tão simples
Talvez eu não entenderia.
Se a vida me entristece
Ou apenas me alivia
Com uma alegria suposta
Que ela tem a me mostrar
Procuro espaços para entender
Porque ela insiste em me calar
Para o lado de lá eu vou
Voltar pra me ver
Sentir que estou onde estou
Só para finalmente poder entender
Que saber é longe do meu existir
E a vida me aparece assim
E sem saber pra onde ir
Eu fico contido em mim
Por fim eu apenas me calo
Vejo por aonde vou me ver
Paro sobre o cheiro do ralo
E sinto que tudo é por merecer
Castigo-me com meus gritos
Abro as janelas e mais gritos
Todos somos mitos incalculáveis
Sobre palavras ditas inacabáveis
Lamentáveis lamentos para as rosas
Paro sobre as paisagens
Insisto em respirar só para lê-las
E ver porque estou aqui de verdade"
Experiências
Por Terra Preta Piemontense
"Nascer de um novo dia indisposto
O céu azul-rubro se demostra aposto
Temendo os espíritos noturnos
Ouço as vozes das alimárias diurnas
São os malandros sagazes e gatunos
Roedores à procura de alimentação: verduras
Céu azul-rubro de um novo dia indisposto
Se demonstra um nascer aposto
O sol que a colorir o espaço
Fere minha vista, viro-me e afasto
Mancha as ruas com sua vastidão
Esparsa cores: ciano, amarelo, vermelhidão
Azul-rubro se demonstra um dia aposto
O céu nascer de um novo indisposto
O bípede, supremo de si mesmo
Julga-se ser terreno
Liga chaves, acende luzes, aperta o botão
Um novo dia na indústria: a produção, a poluição
Se demonstra um novo indisposto
O dia nascer de um céu azul-rubro aposto
O tempo, absoluto por iminência
Mostra sua competência
Traz vapor d’água condensado
Chuva, tromba d’água: tempo ameaçado
Agora, demonstra o nascer aposto e disposto
O dia, o azul-rubro, o céu: exposto."
Steve Vai: Genocide